Crenças que prendem… antes de falar das crenças que nos prendem a conceitos e a préconceitos, importa perceber o que são crenças e como é que se formam.
Ao falar em crenças, não estou falando daquele tipo de crenças do tipo “vou ganhar na lotaria”, ou “vou ter a minha casa dos sonhos”, isso são coisas que podes acreditar, mas ao mesmo tempo podes duvidar.
As crenças de que falo, são as crenças que formam a personalidade, os valores, que estão enraizados e que definem que és hoje.
São estas crenças que podem ser limitantes ou potencializadoras, podem levar-te a ter resultados muito bons, ou a não conseguir obtê-los, podem ajudar-te a ter uma gravidez, um parto e um pós parto positivo, ou a que não seja tão positivo assim – e é assim em qualquer área da tua vida.
Então, como se formam as Crenças
Quando nascemos, para além da memória genética – na visão de Freud, na teoria da personalidade, referencia o id como a parte herdada da personalidade – somos um “vazio”. Somos como uma esponja pronta a absorver conhecimento.
Pelos cinco sentido fazemos as nossas aquisições, as nossas aprendizagens através dos vários agentes (rede social) e vamos registando, gravando, memorizando, e formando os traços de personalidade através desses modelos.
As primeiras aprendizagens, como refere Bandura, são feitas por observação e repetição, tendo por modelo os pais (ou os seus substitutos) e os familiares mais próximos, depois os amigos da família e os amiguinhos que se vão conhecendo, a escola e todos os que vão surgindo ao longo da vida como a integração em grupos de interesse e mercado de trabalho.
É até por volta dos 7 anos, que nós, enquanto crianças sem filtros formamos a maior parte das nossas crenças, embora dos 7 aos 14 comecemos a filtrá-las e a dar-lhes novos significados de acordo com os ambientes sociais nos quais estamos inseridos.
Durante toda a vida formamos novas crenças e reformulamos antigas, porém, quase sempre com base nas crenças adquiridas na infância e adolescência – excetuam-se as alterações profundas por eventos traumáticos ou extraordinários.
Criamos crenças sobre o “eu”, sobre família, educação, relações, religião, o bem, o mal, etc., etc..
Criamos crenças sobre tudo através dos exemplos expressos no nosso ambiente social, físico e virtual, e que ditam de facto quem eu sou, como sou, e em última análise quem e como vou ser. No fundo, somos produto das experiências que vivemos.
O Potencial das Crenças
As crenças têm um potencial extraordinário. Podem ser potencializadoras ou limitantes.
- Crenças limitantes ☻ estão diretamente relacionadas com toda a descriminação negativa experienciada, e que te impedem de testar algo novo, algo diferente, outros caminhos, que te fazem duvidar das tuas capacidades e das potencialidades de tudo o que está para além das tuas convicções;
- Crenças potencializadoras ☺ estão diretamente relacionadas com os incentivos positivos de que foste alvo e que te abrem portas para a novas conquista e a novos horizontes.
Arriscar-me-ia a dizer que a crença mais limitante é o etnocentrismo – crença de que só os meus valores e crenças é que estão certas – isso impõe-me limites e mantem-me afastada de um mundo de possibilidades.
Um Exemplo
O exemplo mais inquietante no caso das gestantes, são as meninas que crescem com as histórias de que a mulher sofre todo o tipo mal-estar na gravidez, quase morre no parto, e que depois quase tudo é cansaço e depressão, e que durante a gestação reforçam essas crenças com novas histórias de quem diz ter passado muito mal, e ainda passa montes de tempo a ver posts em redes sociais que em nada contribuem para uma efetiva preparação psicofisiológica, antes pelo contrário, criam mais expectativas negativas, ansiedade e medos.
Quando te permites, a lua é o limite, porque a única pessoa que pode impor-te limites és tu!
Um abraço no coração ♥
